🌌 Novo estudo revela que o maior planeta do Sistema Solar já teve o dobro do tamanho atual e foi peça-chave na formação dos planetas rochosos.
O Sistema Solar que conhecemos hoje poderia ser completamente diferente — e Júpiter, o maior planeta ao nosso redor, é diretamente responsável por isso. Segundo um novo estudo publicado na revista Nature Astronomy, Júpiter já teve o dobro do seu tamanho atual, com um volume equivalente a aproximadamente 2.000 planetas Terra e um campo magnético 50 vezes mais forte do que o atual.
Essa descoberta, feita por pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) e da Universidade de Michigan, não apenas muda o que sabemos sobre o gigante gasoso, mas também revela que seu crescimento e, posteriormente, sua contração, tiveram impactos profundos na formação de planetas como Marte, Terra, Vênus e Mercúrio.
🌠 Por que Júpiter "encolheu"?
Logo após sua formação, há cerca de 4,5 bilhões de anos, Júpiter era um planeta jovem, quente e inflado. Naquela época, sua atmosfera, composta principalmente por hidrogênio e hélio, estava muito mais expandida devido às altíssimas temperaturas internas. Ao longo de milhões de anos, esse calor começou a se dissipar para o espaço.
Esse processo, chamado de contração gravitacional (ou processo de Kelvin-Helmholtz), é natural em planetas gasosos. À medida que Júpiter foi esfriando, sua gravidade puxou seus gases para dentro, tornando o planeta mais compacto e denso, embora mantendo praticamente a mesma massa.
“É surpreendente que, mesmo depois de 4,5 bilhões de anos, ainda existam pistas suficientes para nos permitir reconstruir o estado físico de Júpiter no início de sua existência”, afirmou o professor Fred Adams, coautor do estudo.
🚀 O impacto direto em Marte — e no Sistema Solar inteiro
Se você acha que isso é apenas uma curiosidade sobre Júpiter, pense de novo. O crescimento, a migração e a contração do gigante gasoso foram absolutamente decisivos para o futuro de Marte — e da própria Terra.
De acordo com o Modelo Grand Tack, uma das principais teorias sobre a formação do Sistema Solar, Júpiter se formou longe do Sol, mas migrou para dentro, chegando até onde hoje fica o cinturão de asteroides, antes de voltar para sua posição atual.
Durante essa migração, Júpiter agiu como um verdadeiro rolo compressor gravitacional, varrendo, dispersando e até ejetando enormes quantidades de material que serviriam para a formação dos planetas rochosos.
🪐 O arquiteto invisível do Sistema Solar
Mas o impacto não parou por aí. A gravidade intensa de Júpiter também:
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Moldou o cinturão de asteroides, criando uma região cheia de objetos instáveis.
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Protegeu, mas também ocasionalmente bombardeou, os planetas internos com asteroides e cometas.
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Influenciou diretamente as órbitas e as características de Vênus, Terra e Mercúrio.
“Nosso objetivo final é entender de onde viemos”, afirma Konstantin Batygin, líder do estudo. “Identificar as fases iniciais da formação planetária é essencial para resolver esse quebra-cabeça cósmico.”
🌌 O que teria sido do Sistema Solar sem Júpiter?
Se Júpiter não existisse, ou se fosse menor, o Sistema Solar poderia ser um lugar completamente diferente. Planetas maiores, órbitas distintas, talvez até múltiplos planetas do tamanho da Terra nas zonas habitáveis.
O fato é que, direta ou indiretamente, devemos a nossa própria existência — e a de Marte em sua forma atual — à presença colossal de Júpiter.